segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dia de cão




 Nesse exato momento, me encontro deitado na cama. A escuridão do quarto dá boas vindas a luz prateada da lua pela janela escancarada. Não deito como um homem são que tranqüilo adormece. Pelo contrário, minha situação é de plena desgraça. O mundo cai aos meus olhos toda vez que ouso abrir minhas pálpebras. 
O peso da alma é indescritível. A dor no peito, habitual. Porém, ainda assim dolorosa. 
Seguro como garras o lençol branco em agonia, minha posição é fetal. Meus gritos são abafados pela minha estúpida consciência. A vergonha do grito aos poucos se habitua à existência. O choro, tento evitar ao máximo. Enquanto mais tempo resisto, parece que agulhas querem descer a garganta em desespero. 
Os minutos passam lentos demais enquanto enfraqueço, o corpo ainda pesa mas parece anestesiado. 
Meu Deus! É tudo tão triste... Tão trágico. Queria acordar, queria não acreditar. Já está feito. 
Tragédia irreversível. Respire, é só mais um dia de cão.

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