quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Conversa na Sarjeta



 -É sempre assim tão constrangedor você ver o mundo de um jeito que não cabe nas suas palavras?
-É meu amigo, as vezes a instância do momento me tira a lucidez da vida. Mas não deixo de ser quem eu sou enquanto as palavras me definem em um rascunho qualquer.
-Então publique tudo! Assim todos vão descobrir quem você verdadeiramente é.
-É tudo que eu mais quero, porém me faltam histórias novas para contar, me faltam conteúdos para descobrir. Estou juntando materiais, estou vivendo. Afinal, o aperfeiçoamento de cada palavra é feita de vivência e experiência.
- Então todos nós construímos nossos próprios livros?
- De certo que sim.
-O que fazer então quando tudo termina?
-É disso que eu mais me preocupo. Você tem apenas uma vida para desfrutar e muitos riscos de se tornar só mais um livro esquecido na estante.
-Então vamos brindar e independente de tudo fazer de nossas vidas algo inesquecivelmente memorável!
-Sim! E que nossas histórias durem por toda a eternidade. Vai ser um bom livro, eu prometo!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O quadro branco





Aos poucos vou colorindo esses dias vazios com branco.
Desejos indispostos, sentimentos confusos,pensamentos sem foco.
Dependência que incomoda
Rotina que só piora, onde está minha paleta de cores? Faltam tantas cores!
Me habituo com o preto e branco já comum, retrato antigo, existência tradicional.
O que é triste não é novo, o que é bom, virou raridade.
Péssima hora para matar dias, é que a paralisia me pegou. Me encontro em tupor.
Não leio, não vejo, não ouço, não quero sentir embora o sentimento sempre chega sem convite nem hora marcada.

Quando me reencontrar novamente, que tal começarmos com o verde? Esperança talvez seja um bom começo.
Ando precisando um pouco de amarelo também. Bem-estar e radiação que tanto falta.
Com certeza o vermelho se fará presente. Quem seria de nós sem o amor, não consigo imaginar o vermelho ausente do meu quadro. Tudo que vibra, tudo que queima, sempre com muita força e presença.
Coloco um pouco de azul, afinal, os sonhos sempre estarão ali, em minha mente esperando educadamente um dia incerto e mesmo que esse dia não chegue, são desses sonhos que me alimentarei nos piores momentos.
Azul e verde, sonhos e esperança, serão duas bonitas pinceladas.

Um projeto de um começo. Depois de um tempo, não sou mais eu que pinto o quadro mas o quadro que me espelha. Só preciso começar.
Olho para o branco angustiadamente, confusa, perco as ações de minhas mãos.
Onde está minha paleta de cores?
 Até quando não sei, mas a ausência de cor é o meu mais novo auto retrato.Cores que se perdem entre móveis, entre cenas. Cores que foram roubadas para alimentar talentos alheios. Chega de tanto branco. Esse quadro clama por vida enquanto eu,
paciente que sou, espero meu arco-íris.

domingo, 26 de setembro de 2010

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 É uma tal carência de afeto. Um vazio enorme. Por que é tudo assim tão cinza? Pura fumaça ao vento
O que está errado a gente simplesmente se conforma porque sabe que não existe volta para o que já é certo.
E o que é bom as vezes muda só para piorar.
Quebra-cabeças que fazem parte da vida. E nem sempre todos olham por um mesmo ângulo.
Nem sempre o que a gente espera acontece. Na verdade não há conformação, é simplesmente convívio.
Convívio do problema cotidiano que não deixa de matar. Aos poucos e em partes. Problemas que machucam o coração e quando nos damos conta já não existem problemas, pois nos tornamos o próprio problema. Algo que se acopla a alma e aquilo que nos faz tão mal começa a fazer parte do que somos, do que nos tornamos. É simplesmente convívio. Onde está o afeto quando não temos onde mais procurar?
Onde estão as palavras doces quando nossos ouvidos são esquecidos? Passamos aos poucos vivendo como em prisões. Algumas com grades outras não. A vida passa a ser vivida como se entrassemos em uma cela e saíssemos na outra. Pois a única saída é apenas outro beco sem saída. Não é dessa forma que tinha que ser. Mas que poder tenho eu para querer? Não vejo os outros vivendo da mesma forma como vejo minha vida. Existe algo errado mas sou impotente quanto aquilo que me faz mal. Pois a fonte não se muda.
É uma tal carência de afeto. Minhas palavras se tornam secas quando não existe afetividade nos meus gestos. E tudo isso começou desde quando me descobri uma pessoa fria. Sem você. É como se eu não tivesse nada além dos meus dias cinzas.




terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mãe é (tudo) quase igual



 Mãe é tudo quase igual


-Menino, vá já pra cama, isso são horas? São 6 horas da manhã e daqui a pouco o sol já vai nascer.
Não se esqueça que hoje você vai acordar cedo viu, quero te ver 7 horas da noite em pé e sem reclamar.
Há muito o que fazer nessa madrugada, seu pai precisa caçar nosso jantar, aquele incompetente, hunf (faz cara de brava). Quatro noites e não consegue trazer nenhuma gota sequer! Onde já se viu isso?
Pelo jeito vou ter que comprar mais no banco hoje. Quero só ver o dia que nosso dinheiro acabar, como vai ser.
Ah e faça-me o favor de não se alimentar de ratos enquanto eu estiver  fora. Isso foi lá educação que eu te dei, garoto? Tenho certeza que você não vai gostar nada de experimentar minha sala de tortura se continuar me desobedecendo.
Agora, vá já pro caixão! Se não quiser ficar com um belo bronzeado.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Momentos

Faz um bom tempo que não escrevo poesias, resolvi arriscar e esse foi o mais recente




Momentos

Coisas que no tempo acontece,
pessoas que você conhece. 
Idéias que vêm e que vão
Frutos da imaginação.

O gosto do cigarro esquecido
O beijo amargo, o abraço perdido
O sorriso amigo que consola
Preenche o dia e vai embora.

Vida agridoce que passa
Deixa lembranças,
Deixa marcas.

É tudo feito de simples momentos
Castelos de areia, lembranças ao vento
A mais pura fotografia
O olhar afiado
e a mente fria.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

 





 Há algum tempo tenho tido uma vontade enorme de criar esse blog. Não há nada melhor do que organizar pedacinhos de ideias e pensamentos em um arquivo consultável. 
Aqui, caros e futuros leitores vão estar expostos tudo aquilo que guardo a sete chaves. Pensamentos escritos de forma tão tímida, poemas esquecidos dentro de cadernos velhos ou textos que se desenvolvem por si só em estado de auto-inspiração. Uma mente confusa, talvez. 
Muitas vezes de imaginação surrealista. 
Essa é a hora enfim. Quero compartilhar cada traço do meu abstrato imaginário com vocês. 
Sejam bem vindos ao blog: Fragmentos.